Colcci Café – Lisboa


Sabores com estilo a qualquer hora
Helena Viegas
 
Vale a pena entrar no número 59 da Rua Ivens, no Chiado, e subir as escadas ao fundo da loja, à esquerda. O universo Colcci não se esgota no estilo das roupas e acessórios pendurados nos cabides da loja lisboeta.
No primeiro andar, a marca brasileira apostou num espaço arrojado, pleno de contrastes na decoração e com uma carta variada. E é fácil arranjar um bom pretexto para espreitar: no Colcci Café há refeições e snacks servidos fora de horas, francesinhas com sotaque do norte e chás e scones para acompanhar dois dedos de conversa.

O Colcci Café é primeiro restaurante da marca em Portugal - e surgiu por um acaso. "O único espaço que queríamos para a loja era este, mas tinha dois pisos e era uma área demasiado grande", conta Manuel Lagos.

Partiu do empresário a iniciativa de contactar a marca e sugerir um espaço de restauração para atrair clientes. E foi também dele a ideia de convidar Luís Carvalho e Ana Bouça Carvalho, de quem era cliente no Comporta Café, para a exploração do negócio.
As portas abriram no dia 10 de Novembro e a carta do Colcci Café continua a ser um work in progress. Mas as linhas gerais da ementa - criada na cozinha por Luís Carvalho e pelos chefes Morteanes Candeias e Bruno Marcelino - estão já traçadas.

A ideia é atrair diferentes tipos de pessoas e responder às necessidades de todas. Por isso há um prato do dia que está sempre a mudar ao almoço, opções de peixe e bacalhau bem portuguesas, pasta negra italiana, salada caprese feita a rigor e uma infinidade de opções de comida ligeira, que vão dos snacks frios e quentes, aos petiscos e tapas de influência espanhola como os ovos rotos. No fim, sempre aconchegados com um 'mimo' da casa: um chá de gengibre caseiro, tomado com mel.

O restaurante é simpático para vegetarianos - há entradas e pastas especialmente pensadas para eles - e privilegiou os fumadores, reservando-lhes a área maior do espaço. A cozinha está aberta das
12h30 às 19h30 - e há sempre uma francesinha, como molho original, pronta a sair a qualquer hora do dia, ou uma tosta com pão de mistura, acompanhada com batatas fritas.

 
Ana Bouça Carvalho informa que a ideia é prolongar o horário do Colcci Café além das 20h00, mas explica que a versatilidade é uma característica assumida. "Nas lonas da varanda escrevemos Casa de Chá, porque tivemos a necessidade de fazer passar essa ideia. As pessoas podem também vir durante a tarde, comer uns scones ou uma das nossas sobremesas caseiras e beber um chá ou chocolate quente", diz.

A versatilidade da carta e as diferentes intenções dos responsáveis pelo Colcci Café sugerem uma multiplicidade de géneros difícil de conseguir no mesmo espaço. Mas a ideia foi mesmo essa e pretende corresponder ao espírito da marca, igualmente visível na decoração. O espaço, criado pelo arquitecto brasileiro Adriano Attia, mistura de uma forma improvável materiais e estilos decorativos no espaço do Colcci Café.
O painel de azulejos brancos, onde se reflectem luzes coloridas, contrasta com as colunas de papel de parede de leopardo, que chocam por sua vez com as riscas fluorescentes na parede seguinte. Há sofás prateados e ecrãs plasma, conjugados com cadeiras Luís XV, de talha dourada forradas de tecido e lustres com pendentes cristalinos a fazer brilhar o chão, de cimento amaciado. No Colcci Café, conjugar o improvável parece é a palavra de ordem.